O terreno ficava mais escorregadio à medida que Joana avançava. A chuva intensa tinha tornado o chão lamacento, e a forte tempestade que assolava o Kansas não facilitava de forma alguma a sua progressão pelo caminho que se afastava cada vez mais da estrada. Encharcada até aos ossos, tudo o que Joana precisava era de encontrar alguém que a pudesse albergar enquanto a chuva não cessasse, pois estava já demasiado longe do carro. Precisava também de fazer um telefonema, dado que a viciada bateria do seu telemóvel apenas permitia já que este acendesse durante escassos instantes a sua luzinha esverdeada.
Entre dois relâmpagos, e a partir do momento em que a luminosidade do primeiro se extinguiu, Joana viu ao longe, semi-recortada pelos contornos de um cipreste, a luz acesa emergente da janela de um sótão. Esperançada, Joana avançou, não sem antes tropeçar nas raízes do mesmo cipreste e cair sobre uma lodosa poça.
Com o coração a bater da corrida à chuva, Joana chegou finalmente à porta da casa cujo sótão emanava o único indicador da presença de alguém naquele pântano recém-criado pelas chuvas constantes. Talvez fosse algo exagerado chamá-la de casa, dado que muitos a teriam denominado de casebre mal atentassem ao seu aspecto exterior. Joana respirou fundo...
...e tocou à campainha.
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