“Está tanto calor hoje”, pensou para consigo mesma a mulher. E, de facto, a temperatura de 32ºC que se verificava quase ao final da tarde tinha o seu quê de abrasador. Ainda para mais quando já carregava, há mais de duas horas, uma saca de batatas daquelas dimensões pelos trilhos delineados nas serras.
“Ai se chego a casa e não tenho ainda o comer feito para o meu homem!”, lamentava-se ainda a manceba. No fundo, a estas questões se cingiam os seus problemas, numa vida dura, sem dúvida, mas sem responsabilidades também. Era feliz.
“E se elas querem um abraço ou um beijinho…
Nós PIMBA…
Nós PIMBA…”
“Tou sim?”, atendeu a mulher o seu telemóvel com toques polifónicos (em 2008 poucos modelos haviam já sem esta mesma funcionalidade). O seu cônjuge estava já prestes a acabar a guarda das cabras, mas ainda não iria retornar ao seu domicílio, pois “haviam outros assuntos a tratar”. Enquanto a mulher aprontasse a janta desse dia, sem nada suspeitar, o sujeito deliciar-se-ia com curvas mais apetecíveis que as da obesa e madura esposa.
8 Comments:
Xi... que fatalista! Acreditas mesmo que em 2008, as mulheres estão em casa a preparar o jantar enquanto um homem guarda cabras e que o seu unico magro salário dá para sustentar a casa de maneira a que ela fique gorda e ainda sustentar uma amante? E como é que com uma vida dessas não tinham pelo menos uma duzia de filhos? Andas a ver televisão a mais! ;-)
Filipa
As mulheres da aldeia talvez ainda façam o jantar em 2008... só faltam 4 anos... ou 3 e pouco...
ng disse nada acerca do numero de filhos, fica em aberto.
Talvez façam... quer dizer... eu também estou a falar e tenho de fazer o meu próprio jantar se quiser comer... :P
A vida é madrasta... a vida é cruel...
Filipa
Tenho a certeza de k são bons cozinhados!
És um querido! O que é que eu fazia sem ti? ;-)
Filipa
... casavas-te!
O que não significa que não possas ter uma grande participação na minha vida.
Filipa
Além disso mais ninguém me quis! :-(
Filipa
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